Reflexões

O Milagre do TEMPO

O `tempo´ constitui um dos brilhantes meios que Deus colocou ao dispor do homem e da mulher para as experiências terrenas, tão necessárias à evolução do Ser.

Apesar de termos a noção do tempo, pelo passar dos dias, dos ponteiros do relógio, das estações do ano, do calendário, da época de férias, época balnear, pelos cabelos brancos, etc., continuamos a não saber usá-lo e mais, criticamo-lo pelo facto de nos faltar, quando convém justificar algo, ou lamentar o tempo que se tem a mais, quando se cai na apatia de nada fazer!

De facto, o `tempo´ flui. É algo que se esvai enquanto se discute acerca dele. Frases como: `Estamos a perder tempo´, ou `Não tenho tempo´, ou `o tempo já passou´ são muito usuais no nosso dia-a-dia.

Afinal, se não conseguimos chegar a um entendimento mais palpável acerca desta excelente ferramenta, já que a ciência, a cultura, a filosofia, apresentam várias conotações, podemos concordar que no processo de nascer, morrer, renascer percorremos espaços de tempos que são preenchidos de acordo com a nossa capacidade de compreender essa maravilha. Há de facto quem viva perdendo totalmente o tempo que lhe é dado a viver na Terra!

O tempo é-nos dado para a Vida. Contudo, nós invertemos os valores desculpando as nossas imperfeições, sem darmos conta da insensatez dos nossos pensamentos e atitudes. É assim que tentamos ingenuamente manipular o tempo, sem compreender a razão da sua existência. E, habituados que estamos no nosso egoísmo, queremos fazer o mesmo que fazemos às coisas que nos aborrecem: sentimos vontade de ‘matar o tempo´!

Nos momentos de afronta, temos vontade de `apressar o tempo´;

Nos momentos mais felizes queremos ´esticar o tempo´;

Nos momentos de arrependimento, queremos que o `tempo volte para trás´;

Nos momentos de fuga, queremos simplesmente `apagar o tempo´

Ora vivemos no passado, ora vivemos no futuro, esquecendo inteiramente de viver o presente, perdendo-nos completamente.

Queremos fugir daquilo que é importante! Usamos subterfúgios incríveis para camuflar e mascarar a grande verdade: Somos Seres Espirituais!

Essa é a nossa real grandeza: Seres Espirituais!

E como tal, estamos sujeitos às Leis do Progresso que regem o Universo.

Tudo se enquadra devidamente na Criação de Deus. Somos os seres criados para a Angelitude.

As nossas conquistas, dependem da nossa entrega no tempo divino! “A Cada um segundo as suas obras”… no tempo fica o registo das mais variadas obras, espelhadas na alma de cada um. Quando são obras capazes, elas edificam a alma; quando são obras de baixo valor educacional, elas precisam de ser removidas e recicladas para valores mais altos. E lá vem o tempo de mais uma reencarnação para a bendita reparação.

A reencarnação é uma época ditosa para a alma que, se souber aproveitar o Tempo, entrará no equilíbrio Divino, elevando-se na onda do progresso rumo aos valores do Tempo sem fim!

Já vamos iniciar o segundo mês do ano 2012, e todos vamos sentindo de várias formas a força da nova Era! A força do tempo que chegou para conhecermos o Amor!

Vamos! O milagre do tempo dá-se no AGORA. Sejamos Seres Espirituais! Amemos!



MV - CCEF

   
NATAL – UM NOVO SENTIR

Como fazer para que o sol possa brilhar numa gruta fechada e escura, imunda e contagiada pelos vapores pútridos de dor e sofrimento criados pela alma que se esconde da vida na teimosia?

Como dar oxigénio a quem escolhe viver sem respirar, limitando-se ao mínimo que permite a sobrevivência da alma, mas acreditando viver em plenitude, quando os seus sentidos, saciados de ilusão se acalmam para mais tarde exigir mais e mais dos vapores alucinantes da alienação?

Como sair da escuridão do apego às sensações mais fortes da vivência na matéria, sem espaço para o desabrochar da sensibilidade dos sentimentos livres da ignorância, da malícia e da maldade?
Como suscitar a vontade de aprender, de ceder aos ecos da inteligência e do amor no intimo do ser?
Como criar espaço para o entendimento tranquilo quando a força do orgulho que acredita que tudo sabe mostra as suas garras afiadas a quem se atreve a contestá-lo?
Não há palavras, não há raciocínios, não há nada que possa operar a mudança da rota a não ser o Amor, aquela força invisível que abre espaço para a saída das placas da angústia através do auto questionamento sobre a legitimidade das escolhas até aí realizadas.
Só a energia balsâmica do amor tem o poder de transformar energias densas em vapores sublimes de vida. Só a força do amor tem o poder de irradiar até ao recôndito das almas mais empedernidas e de descobrir sensibilidades até então desconhecidas. É por isso que Deus abençoa a maternidade/ paternidade pois só ela pelos caminhos do amor que desabrocha faz com que as almas enlameadas em forças vazias de vida possam contactar com as forças desconhecidas e adormecidas do amor dentro de si.
Assim, pela reencarnação oportunidades infinitas se abrem. Almas vêm viver novas experiências no mundo corpóreo, com aparência desprotegida e carente de tudo, e em novos corpos começam, por um lado, uma nova etapa do seu progresso e, por outro lado, conseguem acordar o amor nos lares a que foram chamadas a viver.

Mas… é sempre assim?? Nem sempre!

No entanto… existência atrás de existência, nessas experiências magnificas de amor, a couraça da invulnerabilidade fragiliza-se e a vida acontece!!! Então, é NATAL!!!
Todo o indivíduo é potencialmente um ser perfeito mas ignora todas as capacidades que vivem adormecidas na sua intimidade. Quando o instinto predomina, sem limites, sem responsabilidades, só a dor e o tempo acalmam a busca de domínio e poder e levam o ser inteligente a pensar sobre o sentido da vida, sobre quem é e para onde vai, abrindo espaço na intimidade para experienciar um novo sentir, um novo prazer em que o outro deixa de ser um meio a usar e passa a ser um fim por si mesmo a descobrir.


Não há espaços vazios!!!

Não há momentos esvaziados de significado!!!

Tudo na nossa vida é preenchido pela energia que elegemos para nós!!!

Durante tanto tempo, o nosso próprio espaço energético esteve tão repleto pelo peso da materialidade do que nos ia na alma que o corpo físico quase não respirava! Quando quase entravamos em asfixia pelo desencanto chegou um momento de diferente significado e a anestesia provocada pelo apego à matéria ganhou fragilidade, permitindo que um rasgo de ar fresco voasse livremente na intimidade do nosso Ser. Nesse dia, um novo horizonte, uma força de Vida, até então desconhecida, se fez presente, primeiro tenuemente… depois com todo o seu vigor!
Assim foi o nosso Encontro com o Cristo!

Livres que somos, no inicio da jornada, os nossos sentidos íntimos respiravam a esfera das sensações de apego profundo ao mundo exterior. A vida no corpo de carne era, então, cheia de atrozes tormentas e de rígidas lutas de sobrevivência. Mas, o tempo passou e as experiências multiplicaram-se de tal maneira que obrigaram ao Espírito que somos a sair do invólucro fechado em que vivera até ai.

A brecha do cansaço existencial abrira o espaço para o sopro da carícia de outros ventos. Uma doçura desconhecida abrira novos horizontes e o sentimento desabrochara. De repente, uma nova claridade se fazia e surgira, com clareza, a percepção de que a liberdade até ai vivida não era liberdade.

Então, a força do Amor fez-se Homem e rasgou o ar pesado das nossas almas. Ao princípio, significados dúbios, escusos, lhe foram atribuídos porque não estavamos vibratoriamente preparados para outro registo. No entanto, o vento de novas certezas foi-se instalando e ganhando espaço no nosso sentir: novas cores, novos aromas, novos cheiros surpreenderam as nossas almas cansadas e enlameadas do lodo vibratório criado pela ignorância e pela brutalidade.

O Amor penetrara o Ser num encontro de tal maneira belo que nunca mais pudemos ser os mesmos! Nunca mais!

A intimidade do ser espiritual que somos foi envolvida com a força da tolerância, o dinamismo da paciência e do perdão, e o significado de tal movimento foi de tal maneira profundo que marcou a nossa Vida da mesma forma que marcou a vida de toda a Humanidade!
                                                                       GM - CCEF




ANO NOVO VIDA NOVA

“Pátria não é, não pode ser uma expressão geográfica como a compreendem os homens.
Não é, tão pouco, o falar o mesmo idioma, nem viver sob os mesmos hábitos, costumes e tradições.(…)

(…) Pátria é um ambiente de paz, de fraterna solidariedade, de recíproca dedicação e de mútuo afecto que só existe entre aqueles cujos sentimentos, afinados no mesmo diapasão, e cuja moral equilibrada no mesmo nível, aspiram a um ideal elevado donde resulta a felicidade colectiva.

Pátria é a atmosfera de amor, de verdade e de justiça formada pela união de corações ávidos das mesmas esperanças, sequiosos de idênticas aspirações. Sem esse sincronismo de acção, sem essa simultaneidade de sentimentos, sem essa elevação de vistas, haverá rebanho de homens, mas não pátria.
Onde os indivíduos se hostilizam e se devoram num fervilhar constante de paixões rasteiras que se entrechocam, não pode haver pátria, porque não há aspirações comuns.

O egoísmo é dissolvente. Só o altruísmo, gerando ideais nobres e elevados, é capaz de congraçar e unir. Essa identificação é a pátria. Os que vivem sob tal clima, que garante a saúde da alma, desejam ardentemente que todos partilhem dele, resultando daí que o verdadeiro sentimento de pátria é aquele que se expande e se generaliza pela Humanidade toda, transpondo fronteiras, irmanando os povos.(…)” in “Em torno do Mestre” por Vinícius 

Após leitura atenta sobre estes ensinamentos tão bem colocados por Vinícius na sua obra “Em torno do Mestre”, exalta-nos a vontade de sermos pessoas melhores!
Exalta-nos a vontade de construirmos esse espaço de amor, de paz, de compreensão.
Exalta-nos a vontade de deixarmos os nossos defeitos e partirmos para a aventura maravilhosa da transformação interior.
É isso mesmo! Lembrando a célebre frase “Ano Novo Vida Nova” optemos por segui-la. O momento de facto é o AGORA. Hoje. Urge realizar a nossa mudança. Não vamos aguardar pelo próximo ano novo… poderá ser tarde demais!

A Doutrina dos Espíritos vem revelar-nos aquilo que nós somos e aquilo de que somos capazes. Somos na realidade seres divinos, capazes de construirmos pátrias felizes; pátrias de benevolência; pátrias de amizade; pátrias de compreensão; pátrias de perdão, amor e caridade!

 É com este sentimento de louvor e gratidão a Deus, aos nossos bons guias, à oportunidade de servirmos a Jesus, que desejamos a todos aqueles que procuram refúgio para suas dores na nossa casa Espírita, que possam encontrar nesta maravilhosa Doutrina as directrizes para uma vida melhor.

Façamos a nossa caminhada com Jesus.

Feliz Ano!



Suicídio – Libertação ou prisão?


A Vida é o Amor em movimento! Encontra-se em todo o lado: nas profundezas do oceano, no infinito céu, nos mundos visíveis e nos invisíveis aos nossos olhos humanos.

A orientar tudo e todos, estão as leis Naturais, sejam Físicas, sejam Morais, reflectindo a sabedoria, a misericórdia e a justiça do autor de todos nós. Sim, do Criador de todas as coisas. Deus, ou outra designação para quem o desejar.

O Homem, Criatura Divina, Ser imortal, traz em si, impregnado na sua consciência, as Leis Naturais ou Divinas, para que não se perca na sua caminhada na eternidade da Vida. Seguindo a lei do progresso, o Homem, ora no corpo físico, ora no mundo espiritual, realiza o seu percurso, rumo à perfeição. Da ignorância ao conhecimento; do instinto ao Amor!

Na verdade, como criaturas divinas e seres imortais que somos, precisamos de nos consciencializar dessa força sublime que habita em nós, dessa possibilidade de crescimento, de um entendimento racional sobre a nossa imortalidade, para sermos grandes na Inteligência e adultos no Amor.

Contudo, somos livres. Essa aprendizagem vai de acordo com as nossas vontades, e com a gerência que fazemos da nossa liberdade.

Equivocados com a felicidade arredia, cometemos erros, esquecendo que as Leis Naturais ou Divinas funcionam em uníssono por todo o Universo. Leis sábias, perfeitas, de acordo com a grandeza de quem as estabeleceu.

Uma dessas leis, a lei da Causa e Efeito, ultrapassa as noções que temos da engenharia Divina, pois se cada um irá receber aquilo que semeou, o Amor e a misericórdia que envolvem essa Lei tornam-na professora da Vida. Sim, os encontros e reencontros, a dor que nos visita e que parece não fazer sentido, as acções inesperadas, não são por acaso. Por outro lado, não havendo fatalidade senão na morte da matéria, todos nós podemos melhorar o futuro. Sim, estamos a falar da reencarnação. Uma vida é na realidade um minuto na eternidade do tempo. E como aprender quando se morre aos três anitos, ou aos dez? E porque é que passamos por tantos momentos de aflições quando outros nos parecem felizes? Porque é que há tanta diferença?
A nossa alma imortal, sedenta do conhecimento e necessitada de se melhorar no sentimento, carrega em si tudo aquilo que acumulou nas experiências durante a sua estadia na Terra. É a bagagem do viajante: boas e más acções, atitudes e pensamentos. Os nossos enganos, as nossas vivências e tudo o mais, ficam registados no nosso corpo espiritual. Das pequenas coisas aos grandes acontecimentos. E envoltos que estamos no mecanismo que rege a Vida, a lei da Causa e Efeito, nós iremos atrair para nós aquilo que precisaremos para aliviar o peso da bagagem negativa que carregamos, e receber a alegria que fora emanada por nós algures no tempo.
Na verdade, não somos os “coitadinhos” que muitas vezes pensamos ser. Somos aquilo que realizamos ao longo das nossas passagens na Terra e no mundo espiritual. “Por isso mesmo, somos o que decidimos, possuímos o que desejamos, estamos onde preferimos e encontramos a vitória, a derrota ou a estagnação, conforme imaginamos.” (…)“Os acontecimentos obedecem às nossas intenções e provocações manifestas ou ocultas.” (in “Roteiro”, pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier)
Infelizmente, estamos muitas vezes de costas viradas para as verdades relacionadas com a nossa imortalidade. Acreditamos que sim, que nada acaba por aqui… e por aqui ficamos. Assim vivemos, continuando a procurar soluções enganadoras para os nossos problemas, cujos efeitos são dramáticos para a nossa alma.
Vamos fintando as Leis, iludidos, acreditando que “só por mais um bocadinho”, tudo ficará bem:
- Só mais um gole…
- Só mais um cigarro…
- Só mais um doce…
Vamos fintando iludidos “achando que precisamos mais”, e tudo ficará bem:
- Só mais uma mentira…
- Só mais um olhar…
- Só mais um grito...
Vamos fintando iludidos e acabamos por acreditar nas nossas ilusões…até um dia!

O dia D é o tal que nos faz enxergar que:
As rosas têm espinhos, que também são necessários para a sua conservação;
O fogo queima, mas transforma;
A água afoga, mas lava;
O vento invade, mas limpa;
A ilusão acaba em desilusão, em mágoa, em desânimo e todas as mentiras se desfazem, para que a verdade surja!

Espantados com a dor que invade as nossas vidas, gritamos a Deus (como velhos amigos), interrogando indignados se Ele está a ver bem o que se passa connosco! Se Ele, porventura se esqueceu de nós?!

E, então em contragolpe aos acontecimentos, agarrados nos preconceitos, no egoísmo e no orgulho, resolvemos fintar um pouco mais as Leis Divinas, procurando culpados:
- A Sociedade é culpada, obrigou-me a…
- Os políticos são culpados porque também fazem…
- O tempo nunca ajudou, pois eu…
- O patrão permitiu a um e eu, portanto…
- Os outros não fazem, por isso …

E assim, perante Deus, fugimos, saímos do centro, pois os culpados são os outros e, cada vez mais iludidos, vamos ampliando a nossa prisão, ao invés de ampliarmos a nossa visão sobre a Vida.

Todo o prisioneiro aspira liberdade! Não conseguindo a liberdade pretendida, numa afronta dolorosa, procuramos muitas vezes a pior das soluções: o suicídio!

Oh! Ilusão das ilusões!

Não queiras, meu irmão, despertar das tuas ilusões na sombra pesada e dolorosa do suicídio.
A alma Imortal, jamais morre…não tem por onde fugir!

As Leis Divinas continuarão vigorosas e atentas!

E na tua Consciência, por longo tempo continuarás a ouvir a Verdade que temes, pois a ilusão que abraçaste durante a tua estadia na Terra, de facto, morre para sempre, deixando lugar aos espinhos que escondeste!

E o despertar do suicida, torna-se num pesadelo real! Na verdade, não terás para onde ir, pois a dor que criaste continuará contigo…É uma dor para ser resolvida. Com esse gesto doentio, tornaste-te presa de ti mesmo.
É assim, que de maneira atroz, enquanto te apercebes que estás mais vivo que nunca, num mar de ideias onde navegam todos os teus problemas e dores, descobrirás o quanto andaste iludido e o “ardor do fogo” do arrependimento começará a te consumir, enquanto as leis que regem a natureza, no seu trabalho certo e seguro, vão assimilando o teu corpo físico, que ainda ligado ao teu espírito, por linhas de força invisíveis aos nossos olhos, sofre as consequências de um desligamento prematuro.
E, um dia (sabe Deus quando…), a “força da água” de uma reencarnação expiatória e a “bravura do vento” do esquecimento do passado, far-te-ão regressar ao ninho terrestre, para um novo recomeço de provas e expiações… E para cá voltarás, com as tuas dores, as amarguras acrescidas das consequências do suicídio, impregnadas em ti para que, atraindo situações que te farão enfrentar de novo os teus problemas não resolvidos, possas te quitar com a lei. Não temos como fugir! Assim é para ti, assim será para mim ou para qualquer um de nós que se desvie do caminho… Castigo? Não, apenas a devida e necessária correcção! O suicídio não resolve, aumenta o problema!

Mais do que nunca, neste momento atribulado em que vivemos, onde a crise de valores irrompe na sociedade e nos lares, urge trabalhar a nossa espiritualização.
O Homem que já desvendou grandes tecnologias, que tem vindo a descobrir o mundo que o rodeia, que vem revelando o seu próprio corpo físico, ainda não conseguiu penetrar no seu mundo íntimo. Teima em olhar para fora, teima em alimentar as aparências e, infelizmente, em muitos casos, só quando a dor bate à porta, é que algumas questões existenciais vêm ao de cima.
Somos seres inteligentes, pensantes, e a razão mostra-nos muitas vezes que não devemos adiar mais o conhecimento de nós mesmos. Porque não investigar sobre a fé? Porque não investigar sobre os Espíritos, porque não compreender melhor e mais racionalmente sobre a Vida? Sobre quem somos, na realidade? Sobre a nossa Imortalidade?
O mundo precisa de acordar e sair dessa indiferença, que nos faz maus uns para com os outros. Precisamos todos de descobrir as nossas capacidades divinas que se encontram no nosso mais íntimo; precisamos de descobrir que a ignorância que nutrimos em relação a estas verdades, não nos deixa ver mais além. Vivemos agarrados às coisas do mundo que perecem; agarrados à imagem que foge com o tempo; agarrados a tanta futilidade e mentiras que acabamos por nos defrontar com a crise. Precisamos de encontrar racionalmente Deus.

Que cada um procure forças íntimas, seguindo a religião que acredita, pois sabemos que toda a Religião é boa quando tem por objectivo elevar o ser humano rumo à perfeição.

Nós, que seguimos o Espiritismo, informamos que, o estudo sério e aplicado da Doutrina dos Espíritos permite-nos compreender bem quem somos, de onde viemos e para onde vamos; o que é chamado de sobrenatural, passa a ser compreendido; a mediunidade é explicada racionalmente; e de forma clara para todos, baseada nos ensinamentos de Jesus, a Doutrina dos Espíritos fala-nos do compromisso que cada um tem para com a Vida e tudo quanto nos rodeia.

MV - CCEF
 
 
Este artigo foi redigido por José Lucas da ADEP. Poderão visitar o seus artigos muito educativos em:
http://artigosespiritaslucas.blogspot.pt/2012/08/exemplos-seguir.html
 
O cumprimento do dever não é somente um dever militar. É um dever de todos. Mas que tem isto a ver com o Espiritismo? E com a GNR? E com a sociedade em geral? Ora venha daí, e façamos uma incursão pelo Portugal profundo, ao Portugal dos “pequeninos”…
 
Allan Kardec, o eminente sábio parisiense, que em meados do século XIX compilou a Doutrina Espírita (ou Espiritismo – que não é mais uma seita nem mais um religião), lançando “O Livro dos Espíritos” em 18 de Abril de 1857, refere na questão 918 do referido livro, a propósito do “homem de bem”: “O verdadeiro homem de bem… é bom, humano e benevolente para com todos, porque vê irmãos em todos os homens, sem distinção de raças nem de crenças…”.
A notícia surgiu no “Facebook” (uma rede social na Internet), que pude confirmar no “Facebook” da Guarda Nacional Republicana (GNR), em 11 de Agosto de 2012:
Três militares do Posto da GNR de Serpa, depois de terem conhecimento por parte de um guarda estagiário, que um idoso de 79 anos vivia em condições degradantes, tomaram a iniciativa e apoiaram todo o percurso de restabelecimento do idoso, zelando pela sua alimentação, higiene e saúde, para que este encontrasse de novo o seu bem-estar. O idoso encontra-se agora estável e entregue a entregue aos cuidados de um Lar.”
Não pude deixar de pensar nesta belíssima passagem de “O Livro dos Espíritos”, e de sentir que, o bem não tem rosto, nem hora, nem local, nem raça. O bem é sempre o bem, e nunca deve deixar de ser colocado em prática, independentemente de ser levado a público ou não.
Este ato de humanismo por parte dos militares da GNR, encarna a postura normal da sociedade do futuro, onde o homem, cônscio dos seus deveres ético-morais, da sua imortalidade, da reencarnação, fará todo o bem sem olhar a quem, na certeza de que, somente fazendo ao próximo o que desejamos para nós próprios, conforme nos ensina a Doutrina Espírita, estaremos trilhando o caminho do bem-estar interior e da evolução moral, que é inevitável na nossa vida, ao longo das várias reencarnações (volta do mesmo Espírito em corpos diferentes).
 
O verdadeiro homem de bem é bom, humano e benevolente
para com todos, porque vê irmãos em todos os homens,
sem distinção de raças nem de crenças…
 
Joana é trabalhadora numa fábrica, onde, fruto da sua competência e assiduidade, foi-lhe atribuído pela entidade patronal, um prémio de produtividade, a repercutir-se com carácter permanente no seu vencimento mensal. A Joana é espírita, tenta cumprir o seu dever e fazer o seu melhor, conforme lhe ensina a Doutrina Espírita.
Há meses recebeu uma informação da entidade patronal que o prémio de produtividade iria ser retirado, por causa da “crise”, com ações intimidatórias, próprias de quem não entende que ser patrão é uma função de alta responsabilidade espiritual na Terra, e que cada um de nós será chamado perante a própria consciência, ao respetivo acerto de contas. Após a morte do corpo de carne, e em futuras reencarnações, repararemos os erros até então cometidos, dentro do ensinamento de Jesus de Nazaré de que “a semeadura é livre mas a colheita é obrigatória”.
Joana, de uma forma pedagógica e sem rancor ou ódios desnecessários e perigosos, meteu uma ação em tribunal contra o ato abusivo da entidade patronal, tendo ganho a ação. Quando receber as verbas em falta, Joana, numa atitude de carácter nobre e pedagogicamente, vai doar a referida verba para instituições de caridade.
Em “O Livro dos Espíritos”, na sua questão 684 “O que pensar daqueles que abusam da sua autoridade, impondo aos seus inferiores um excesso de trabalho? , os Espíritos superiores respondem: “É uma das piores ações. Todo o homem que tem o poder de comandar, é responsável pelo excesso de trabalho que impõe aos seus inferiores, porque transgride a lei de Deus”.
Dizem-nos os Espíritos amigos, que o planeta Terra está a passar por um processo de transição, em que passará de um mundo de expiação e provas, para um mundo de regeneração (ver “O Evangelho Segundo o Espiritismo”), deixando de ser um planeta onde o mal domina (atualmente), para passar a ser um local onde o bem se sobreporá ao mal.
A Doutrina Espírita aponta-nos sempre a mudança íntima, em busca dos valores ético-morais que Jesus de Nazaré nos deixou, quando esteve encarnado (no copo de carne) na Terra.
Ao vermos esta atitude nobre da GNR de Serpa, e ao vermos esta atitude de serenidade em busca da justiça por parte de Joana, para que não existam outras Joanas no futuro naquela empresa, vamos vislumbrando uma mudança nas aspirações das pessoas, uma mudança na sua coragem moral, de dar o exemplo de fraternidade e sede de justiça, na certeza de que o mundo será tão mais rapidamente um local melhor, quanto mais rapidamente, todos nós, seres humanos, fizermos por isso.
A cada um de acordo com as suas obras”, referia Jesus de Nazaré!
Que cada um faça a sua parte, sem cogitar com a dos demais, e todos viveremos melhor e mais felizes.
José Lucas 13.8.12